Eu era poeta e não sabia...


Sempre gostei de poesia, talvez por ser uma romântica incorrigível. Lia e declamava Vinícius de Moraes pra quem quisesse ouvir, pensavam que eu era louca. Com certeza normal não era.
Outro dia, vasculhando minhas lembranças do passado, lembrei-me do tempo de escola. 
Certo dia, a professora nos pediu para escrevemos algumas palavras no caderno, as primeiras que nos viessem à mente. Dentre elas, deveríamos escolher algumas para escrever um poema. 
Escolhi atentamente as palavras e escrevi meu poema. Não lembro exatamente o conteúdo, mas eu fiz um soneto falando de uma menina que gostava de escrever e descobriu que escrevera um poema. Para quem é leigo, pode-se dizer que um soneto é um poema composto por dois quartetos e dois tercetos (versos de 4 e 3 linhas), com versos rimados. 
Quando ninguém da minha turma ousava saber o que era poesia eu fizera um soneto. Estava orgulhosa de mim mesma. 
Quando todos terminaram, a professora pediu que todos lessem seus poemas. Não sei quem ficou mais encantada: a professora quando eu terminei de ler, ou eu mesma vendo a cara encantada da professora.
Depois que todos leram seus poemas, a turma escolheu um para publicar no jornal da escola. Todos votaram, escolhendo seu poema preferido. No final, meu “soneto” empatou em votos com um texto que outra guria escreveu.
O “pseudopoema” da minha colega era como aquelas bobagens que as adolescentes escrevem nos cadernos - uma declaração de amor para um namorado que não existe, do tipo: eu te amo meu amor, não vivo sem você e baboseiras do tipo.
Resultado – a “carta para o meu amor” foi publicada e o meu soneto foi pra dentro da mochila tristinho, coitado.
Hoje, anos depois, formada em Letras e Especialista em Língua Portuguesa, depois de ter lido grande parte dos clássicos da nossa literatura, arrependo-me de não ter guardado aquele poema. Eu mal sabia o que era rima ou métrica, mas tinha feito um soneto que foi escondido na mochila.
Espero que você não faça como eu fiz, guardando seu poema na mochila, escondendo seu talento por medo de ser julgado pelos outros.

Sandra Reginato

12 comentários

  1. *o* cara eu amo escrever e preciso mostrar isso pra alguém rsrs <3
    Beijocas :* || Inside

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    1. Então mostra. Aposto que tem muita gente que adoraria ver. Beijos e obrigada.

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  2. Escrever é um ato de passar pro papel, todo sentimento do coração.
    Seguindo o blog. Beijos!!
    http://dictomia.blogspot.com.br/2014/04/ditadura-da-beleza.html#comment-form

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  3. Que história legal, pena que você não tem a prova concreta dessa sua façanha, meus parabéns pelo blog, sucesso para você e para o blog. Passe no meu blog e veja algumas poesias de minha autoria e alguns textos que crio de alguns assuntos aleatórios.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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    1. É uma pena mesmo. Mas estou tentando recuperar o tempo perdido aqui. Vou passar no teu blog. Obrigada

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  4. Karakk amei vc escreve muuuuito bem parabéns <3
    www.coisasdemeninass.com

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  5. Já escrevi muito e depois guardei, joguei fora. Saudades dos meus poemas. Como vc não guardou o seu poema agora pode escrever outros e postar aqui no blog. Bjus!

    galerafashion.com


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    1. É verdade, a gente acaba jogando fora muita coisa legal. Mas estou tentando recuperar o tempo perdido aqui. Obrigada querida.

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  6. Meu Deus, que história sensacional, Sandra! Sabia que eu era que nem você quando menor? Escrevia coisas nas quais os professores ficavam abismados, pois não é qualquer aluno de 2a, 3a série que sabe escrever tão bem, né? Eu simplesmente amo escrever, estou até escrevendo um livro! Mas enfim, gostei muito da sua história. Uma pena que tenha jogado fora o poema :3

    Um grande e enoooorme beijo,

    Juu-Chan || Nescau com Nutella

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  7. Que legal linda. Também adoro escrever. Vou seguir teu blog e ler teus textos. Beijos :3

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